Vereadores defendem impeachment de Dilma Rousseff; Jorge Michaelsen diz que fará festa se for aprovado

Os momentos que antecedem a votação de abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff dividem a população e os políticos brasileiros em dois lados. Muros separam a opinião de quem é contra e a favor de que o Senado avalie se a chefe maior da União deve ou não deixar o comando. Apesar de alguns vereadores de Nova Petrópolis considerarem que não têm força opinativa diante de seus deputados federais, o presidente do Legislativo, Jorge Nestor Michaelsen, em pronunciamento na tribuna, na sessão ordinária de quinta-feira, dia 14 de abril, disse que é a favor do impedimento e já cobrou um posicionamento de seu representante na Câmara dos Deputados.

O vereador Charles Eloir Luedke Paetzinger (PDT) comentou que, muitas vezes, os políticos municipais são “lincados” aos partidos em nível de Brasil. “Fica muito difícil a gente querer justificar alguma ação dos deputados, senadores, das pessoas que nos representam no Congresso Nacional, até porque o povo hoje está decepcionado, desanimado com tudo. Se falarmos sobre o impedimento da presidente, hoje, a grande maioria do município é a favor”, declarou. Ele considera que se houver uma pesquisa sobre a aceitação do vice-presidente Michel Temer no comando do país, também existiria uma grande rejeição. “Nós, muitas vezes, não concordamos com o que os nossos partidos fazem em Brasília. Agiríamos diferente se lá estivéssemos. Muita gente se aproveita deste momento e tenta lincar ações dos partidos aos políticos de Nova Petrópolis. Nenhum de nós, acredito, tem a força suficiente de ligar para os deputados, mesmo que tenha votado nele, e pedir para que vote assim naquele projeto lá”, argumentou o pedetista.

Foto: Lauren Krause

Foto: Lauren Krause

O tucano Jorge Lüdke defendeu na tribuna o término das coligações. Na opinião dele, assim a política seria moralizada, com o fim das negociações permanentes. “Em troca de um voto de deputado, a senhora presidente está oferecendo cargos em ministérios. E aí a política cai toda em descrédito”, lamentou. “A tentativa da base do governo vai ser forte em barrar a votação”, disse o vereador Jerônimo Stahl Pinto (PDT). Ele concorda com o seu colega de partido, quando afirma que, muitas vezes, há divergência de opiniões entre os políticos municipais e seus deputados. “Eu não concordo que o meu partido seja base aliada do Governo Federal. Acho lamentável que troque-se seis por meia dúzia”, comentou. Ele avalia que não mudaria praticamente nada se no lugar da presidente assumisse o vice. “Torço pelo melhor para o nosso país, torço pelo impeachment. É uma pena que prossiga no poder esse vice-presidente, que já está dando, inclusive, seu discurso de posse”, acrescentou.

O presidente da Casa foi mais incisivo em seu discurso; disse que fará uma das maiores comemorações de sua vida se o impedimento for aprovado. “Eu cobrei do meu deputado. E disse que aqui em Nova Petrópolis ele pode pedir voto, mas eu não vou junto, se votar contra. Entendo que nós, aqui do município, temos que ter uma posição para influenciar eles lá”, afirmou. Ele se declarou pró-impeachment e disse que “quem é contra está totalmente errado”. “Se acontecer o impeachment, vou sair pra rua fazer uma das maiores festas da minha vida, seja o horário que for, 1h, 2h da manhã. Vou ficar de alma lavada”, desabafou.

Carlos Antonio Simon (PSDB) segue a mesma ideia do presidente da Casa. Ele afirmou que se o processo de impedimento for aprovado na Câmara dos Deputados vai fazer festa também. “Eu quero que cassem ela”, exclamou Simon, na tribuna.