A suspeita de que a Associação Clube de Voo Ninho das Águias estaria devendo a compra de materiais de construção no comércio local colocou em dúvida a aprovação do projeto de lei 51/2016, que cede à entidade o uso do atrativo turístico. Jorge Lüdke (PSDB), na sessão de quinta-feira passada (24 de novembro), chegou a dizer que se a votação fosse naquele dia, provavelmente, seria contra. “Acho que o Ninho das Águias deve, primeiro, prestar contas e acertar isso que está devendo no nosso comércio, porque não queremos uma prefeitura que estimule essas coisas”, falou. O vice-presidente da associação, Marcel Marsillac, disse que vai comparecer à sessão de hoje, quinta-feira, 1º de dezembro, para pedir direito de resposta, mas adiantou que a cobrança ao clube é indevida.
Ao opinar sobre o PL que está no Legislativo, para concessão do Ninho das Águias, Alemão colocou em dúvida a prestação de contas do clube em relação a supostas dívidas no comércio. Depois de elogiar o trabalho executado e lembrar que o espaço tem um potencial muito grande, ele disse que ficou surpreso com a situação. “Nós fomos surpreendidos com alguns títulos protestados do Ninho das Águias e eu não acho certo o município fazer uma parceria nessas condições”, questionou.
O vice-presidente da associação não chegou à sessão passada com tempo de manifestar-se. Marcel adiantou que a cobrança que gerou o protesto de títulos é indevida, já que o pagamento é compromisso da empresa contratada pelo clube. “A empresa colocou em protesto os títulos em nome do Clube Ninho das Águias indevidamente, porque eu fui lá, onde estavam sendo protestados os títulos, e mostrei o contrato que o clube fez com a empresa, que comprou os materiais. Ninguém do clube assinou nada. Provavelmente, os materiais foram para os banheiros ou a ampliação do mirante. Não sei dizer, porque é contrato fechado. O Clube Ninho das Águias assinou um contrato de execução de uma obra”, explicou. O vice-presidente, inclusive, lembrou que as obras feitas no espaço turístico foram vistoriadas pelos secretários de Planejamento, Coordenação de Trânsito e Habitação, Hermann Deppe, e de Turismo, Indústria e Comércio, Paulo Staudt.
Contrato
O contrato firmado entre a associação e a empresa construtora estabelece que o contratante pagará ao empreiteiro R$ 66 mil em sete parcelas, sendo que a última está prevista para ser quitada em 28 de dezembro, no valor de R$ 7 mil. Conforme o contrato, fica estipulado que o empreiteiro acertará as despesas de materiais com os seus fornecedores, o que afasta ser do Clube Ninho das Águias a responsabilidade de pagar as empresas onde são comprados os materiais de construção.