Presidente do Legislativo quer aproximar a população da Câmara e garante cobrar que todos baixem as bandeiras

Foto: Lauren Krause | A política tem jeito, sim, segundo acredita Rodrigo, mas a transformação vai começar pelos municípios e acontecerá a longo prazo

Rodrigo dos Santos é político desde pequeno. Aos 27 anos, ele não quer ser apenas presidente do Legislativo, pretende seguir carreira na política, mas de uma forma diferente, ajudando a transformar o cenário de descrédito nacional nos poderes que governam o Brasil. Mas o que é exatamente o diferente? Que tipo de transformação é essa, que pode mudar a política? E mudar como? O socialista será o comandante mais novo da Casa do Povo. Os seus desafios começam no dia 2 de fevereiro, quando acontecerá a primeira sessão ordinária de 2017.
O fato de gostar da política foi impulsionador para que Rodrigo colocasse seu nome à disposição. Poder, de alguma forma, contribuir com as pessoas foi o segundo fator responsável por sua participação na política. Mas ter cansado de apenas reclamar, atrás de um celular ou uma tela de computador, foi o motivo mais forte para que o presidente do Legislativo colocasse a cara à tapa para concorrer a um cargo eletivo.
Em Nova Petrópolis e em outros tantos municípios, a eleição mostrou que os eleitores querem renovação, na tentativa de dar um novo rumo à forma brasileira de governar. “Nessa eleição, as pessoas estavam muito mais politizadas. Elas pegaram os candidatos e avaliaram o que ele poderia agregar, o que ele já fez, para, então, chegar à definição de um voto”, analisa.

“A gente ainda pode acreditar em uma política diferente”

Rodrigo acredita que para a classe política o momento é de transformação, de mostrar o diferente. Mas o que é exatamente o diferente? Que tipo de transformação é essa? “O diferente é sair do cotidiano, de achar que só passar de quatro em quatro anos e pedir voto é suficiente, que você estar presente simplesmente em festas, bailes já está fazendo o seu papel como vereador. Se em praticamente três meses a gente conseguiu visitar todas as comunidades, por que dentro de um ano tu não pode programar e passar de novo? Eu já estou passando de novo e é muito gratificante”, argumenta. O vereador diz que acompanhar de perto as demandas faz parte de sua personalidade, mas acredita que essa forma de fazer política será pulverizada, por ser uma política limpa, sem precisar colocar dinheiro em ações e promoções para ter respaldo da população. “Se tu chegar e a pessoa te pedir alguma coisa e tu sabe que a resposta é não, diga não e porquê. As pessoas querem sinceridade”, constata.
A política tem jeito, sim, segundo acredita Rodrigo, mas a transformação vai começar pelos municípios e acontecerá a longo prazo. Mas para que haja uma evolução na política brasileira, os eleitores também precisam mudar. E, a exemplo das visitas de Rodrigo no pós-eleições, é que ele espera que o cidadão também se conscientize do seu papel político e social, em suas comunidades.
O presidente do Legislativo pretende ampliar o contato da Câmara com a população. Para isso, quer transmitir ao vivo pelo Facebook as sessões ordinárias e convidar os parlamentares a gravarem pequenos vídeos para dialogar com as pessoas. “O mundo atual e a política dentro do município não têm mais espaço para demandas que demorem muito para serem resolvidas. As pessoas querem ser atendidas e ouvidas o mais rápido possível”, ressalta.
Rodrigo conta que soube de pessoas, principalmente no ano passado, que foi eleitoral, que abriram o canal da Câmara no YouTube para escutar a sessão ou foram até o Legislativo, ouviram cinco minutos e não aguentaram. “Porque ficaram [os vereadores] lavando roupa suja, questões pessoais, e não é o local para isso. Era muito mais fácil fazer um pedido de providência ou de informação do que pegar o telefone e ligar para o secretário. Foi uma Câmara de Vereadores política ao extremo”, analisa.

PSB está com o governo e PSDB fica isolado

O presidente garante que vai cobrar que todos baixem as bandeiras, mantendo os discursos de posse. Porém, pelo cenário de isolamento do PSDB, que se desenhou, depois que o PSB decidiu apoiar a base governista na Câmara, os tucanos perderão espaço e poder. “Eu acredito que vai ter uma oposição bem formada, mas com muito cuidado e cautela no momento de fazer essa oposição, porque o próprio Darlei falou que não adianta ser contra só por ser contra. Eu acredito que o fato de o PSDB estar isolado é muito mais uma opção deles. Eu, como presidente, e tenho certeza que os demais vereadores, se abaixarem um pouco o ego, esquecerem as questões políticas, podemos trabalhar juntos”, considera.
Rodrigo conta que o Executivo procurou o PSB para conversar e sugerir que participasse da base governista. “O município ganha muito com isso e mostra que a bandeira do PSB é Nova Petrópolis. Tem que ter um partido para concorrer, mas, no momento que eu chegar na Câmara de Vereadores, tenho que ter minha opinião. Estando junto ao governo, você tem mais acesso às necessidades da população”, justifica.
Rodrigo revela que, por enquanto, o acordo entre lideranças partidárias articulou o PSB com dois anos de presidência e mais dois anos para PP, PDT ou PMDB. Até então, não houve conversas com o PSDB sobre o assunto, já que os tucanos não mostraram interesse no diálogo.

Mudanças na equipe

Haverá duas mudanças. Vanessa Birk Staudt deixa a Assessoria de Imprensa. A substituição ainda não está definida. O secretário do Legislativo será Paulo Schwantz, no lugar de Leana Rejane Thiele. A diretora administrativa da Casa, Loreci Maria Koech, permanece, assim como o assessor jurídico Josmar de Quadros.