Presidente do Legislativo desabafa na tribuna sobre reunião com o Dnit para tratar da BR-116

Foto: Lauren Krause | Charles lamentou o valor de R$ 14 milhões, estimado pelo Dnit, para reconstituir o trecho danificado

Além dos transtornos diários causados pelo bloqueio da BR-116, entre Nova Petrópolis e Caxias do Sul, outras questões que estão preocupando a comunidade e autoridades locais são o valor que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) acredita que vai gastar para reconstituir o trecho que cedeu e o tempo para fazer a obra. Em seu pronunciamento sobre o assunto, na tribuna, na sessão da Câmara de Vereadores de quinta-feira, 28 de outubro, o presidente Charles Paetzinger (PDT), mostrou sua indignação.

Na terça-feira, 25 de outubro, Charles, o vereador Jerônimo Stahl Pinto (PDT), o prefeito, Regis Luiz Hahn, e uma comitiva de Nova Petrópolis estiveram na sede do Dnit, em Porto Alegre, mas, segundo o presidente da Câmara, o sentimento foi de incapacidade, diante das explicações dadas pelos técnicos e engenheiros do departamento.

Charles lamentou o valor de R$ 14 milhões, estimado pelo Dnit, para reconstituir o trecho danificado e disse que a comitiva local levou fotos mostrando que seria possível fazer um desvio na pista. “Uma boa parte da pista está caindo, já existe uma rachadura do outro lado, na pista contrária, mas poderia fazer um acesso lateral e essa foi a nossa proposta, uma pista do lado do acostamento. Muitas vezes, pessoas que se formam, nos bancos universitários, e aprendem só na teoria. Na prática, não sabem nada. A gente se depara com situações, de pessoas que não entendem a real necessidade de se fazer um desvio, e começam a achar dificuldade em tudo. Como foi o caso, relatado pelo engenheiro do Dnit, dizendo que não poderiam arriscar fazer um desvio pelo lado do acostamento, uma vez que toda aquela encosta estaria causando perigo às pessoas que por ali passassem”, relatou o presidente do Legislativo. Ele lembrou da estrada de Arroio Paixão, que, com 60 metros de altura de peral, foi feita com apenas um engenheiro e algumas máquinas, e está em pé, sem colocar em risco os usuários.

“Infelizmente é assim, essa parte burocrática e a falta de conhecimento desses profissionais, que vivem em escritórios, que não fazem a mínima ideia. Aí chegou um ponto de ele [o engenheiro] se ofender comigo, quando eu relatei que eles são tão estudados, são tão bons assim que, quando fizeram aquela manutenção há dois anos, nessa mesma parte que está caída, fizeram um pilarzinho de tijolo, colocaram os pilares em cima e uma cortina de concreto. Gastaram uma fortuna para fazer aquilo lá. Primeira água que veio, era lógico que ia cair”, desabafou Charles. Ele disse que se sentiu impotente, “sentado na frente dessas pessoas diplomadas, que têm o poder da caneta”. “E a gente precisa voltar, muitas vezes, de mãos abanando e escutar uma barbárie que a obra vai custar R$ 14 milhões, para fazer uma contenção de 130 metros. Chega a ser cômico e patético escutar esse tipo de coisa. Não precisava ter acontecido aquilo, se eles fizessem a conservação da via”, comentou.

No mesmo dia de reuniões em Porto Alegre, a comitiva esteve na Secretaria dos Transportes, tentando apoio do secretário Pedro Westphalen para a manutenção da VRS-827, que é a estrada da Linha Temerária. “Ela já estava precária e com todo esse movimento passando por lá, com tempo chuvoso, com certeza, daqui uns dias ninguém mais passa”, afirmou Charles. Conforme o presidente do Legislativo, o Estado se mostrou interessado, mas em fazer com que o Dnit faça o trabalho. “Aí é tirar daqui e empurrar pra lá”, lamentou.