O Grande Pinhal Alto, como os moradores chamam, é composto por cinco comunidades, além da sede: Feliz Lembrança, Nova Harmonia, Santa Inês, Treze Colônias e São Jacó. O presidente da Associação de Moradores, Severino Seger, também considera parte integrante um pedaço de Nove Colônias, que pertence à Linha Imperial, mas, muitas vezes, é atendida por Pinhal. O distrito é habitado por cerca de 4 mil pessoas e é considerado um dos polos da produção leiteira de Nova Petrópolis.
A base econômica é a agricultura, que ganhou mais força em 1993, quando surgiu a necessidade de mecanizar o meio rural. Na época, segundo conta Seger, reuniram-se 172 famílias, que adquiriram um trator de esteira. “Depois, veio o Círculo de Máquinas, porque as terras estavam mecanizáveis. Muitos tratores foram adquiridos para tornar a vida dos nossos agricultores mais fácil”, considera.
O primeiro presidente foi Walter Seger. Seu filho Severino Seger segue os passos do pai e está há cinco anos à frente da entidade, que existe há cerca de 30. Hoje, a Associação de Moradores é composta por cinco departamentos: de Água Potável, Agrícola, Comunicação, Desporto e Cultura e Segurança e Bem-Estar.
Meta é gerar água potável para 100% das famílias
Hoje, a Associação de Moradores, por meio do Departamento de Água Potável, consegue atender 600 ligações de água. Através da parceria entre Governo do Estado e Municipal, junto com a associação, foi possível a perfuração de dois poços artesianos. Um deles chegou à profundidade de 600 metros. “Atingimos esse nível justamente para entrarmos no Aquífero Guarani, termos uma produção maior, porque estamos tendo novos loteamentos, então, temos que sempre ter uma reserva”, explica. Este poço já está pronto. A produção provisória já foi testada, com capacidade de gerar 20 mil litros de água por hora. Nos próximos dias, será feito o teste definitivo. Depois, será necessário colocar as bombas e o restante da estrutura, para efetivamente colocá-lo em funcionamento. O custo desta etapa final será da Associação de Moradores. “Com esses dois poços, nós queremos levar água para as comunidades de Feliz Lembrança (incluindo a parte de Feliz Lembrança Baixa) e Harmonia. Até metade do ano que vem, queremos atingir 100% dos moradores do Grande Pinhal Alto com água potável”, acredita.
O segundo poço está em 200 metros de profundidade. “Acredito que em 400 metros já haja água. A ideia é ter dois poços dentro do Aquífero Guarani. Se nós conseguirmos fazer isso, nos próximos 20, 30 anos não vai faltar água no Pinhal”, afirma.
Comunicação
A comunicação com os diversos mundos que a internet possibilita a qualquer indivíduo abre portas sem precisar sair de casa. A internet e a telefonia não estavam desempenhando bem o papel de interligar as pessoas a outros horizontes. Por isso, segundo explica Seger, houve uma mobilização da comunidade e a Associação de Moradores entrou em ação para buscar uma forma de resolver a questão. Em contato com uma empresa de Nova Prata, foi firmado um contrato de serviço e construída a rede comunitária de telefonia e internet, que utiliza fibra óptica. Ela tem capacidade para atender todos os moradores do Pinhal Alto. Nesta primeira fase, aderiram 170 famílias. Isso representa 1/3 do total. Conforme o presidente, todos os dias estão entrando novos participantes e ele acredita que em três anos, pelo menos, 60% das famílias vão aderir à fibra óptica. Severino comenta que todo o processo começou em novembro de 2014, mas a partir de maio deste ano é que as primeiras 100 ligações foram feitas. “O Grande Pinhal não espera os outros fazer; nós vamos atrás para fazer parcerias. Esse é o espírito comunitário”, relata. Em Feliz Lembrança, Nova Harmonia e Santa Inês, a adesão foi de 90%. “Hoje, nós estamos levando a tecnologia de ponta até a última propriedade”, ressalta.
Projeto para câmeras de monitoramento
Com a fibra óptica, o próximo projeto da Associação de Moradores é adquirir e instalar câmeras de monitoramento nas principais entradas e saídas do Pinhal Alto e suas comunidades. A intenção não é fazer vigilância 24h, mas que as imagens captadas possam ser arquivadas em uma central. Se houver qualquer problema, será possível verificar.
Estrutura no perímetro urbano
Para Seger, o que ainda falta é um projeto que englobe todas as necessidades do perímetro urbano. Ele acredita que o Plano Diretor e o Código de Posturas de Nova Petrópolis não estão sendo executados. E falta quem cobre, segundo opina o presidente. Mas, por enquanto, olhar para este setor é um sonho dos moradores. A ideia consiste em construir, pelo menos no trecho de 4 km, desde o início do asfalto, o passeio público, para que as pessoas possam caminhar com segurança. “Já solicitamos à Prefeitura o apoio para que a Secretaria de Planejamento entrasse com o projeto, que consistiria em quatro partes. Uma seria o passeio público dos dois lados; uma nova rede de água; já deixar a canalização pronta para uma futura rede de esgoto cloacal; e a última seria a rede de esgoto pluvial, que hoje corre por cima do asfalto. Nós vamos colocar isso para os três candidatos a prefeito como uma meta nossa”, adianta o presidente.