OPINIÃO: Isso é picuinha, Sr. Vice-prefeito?

Não fui citado nominalmente no pronunciamento de Charles Paetzinger mas senti que o chapéu me serviu. Deve ter sido uma das reportagens em vídeo – ou a que fiz no dia 25 de julho defronte à Galeria Imigrante ou a que gravei no dia em que era aberto o Natal no Jardim da Serra Gaúcha, em 24 de novembro de 2018 – que ele se referia como “picuinha” que denegriu a imagem de Nova Petrópolis paras os turistas. Não vejo alarde maior que um destes vídeos sobre buracos da cidade. Serviu em mim o chapéu do vice-prefeito. Sou o culpado pela imagem negativa da cidade; e não os buracos. Mostra-los, é mesquinharia.

 

Vou me atrever a repetir esta prática que o representante da autoridade máxima do Município abominou em seu discurso no dia 28 de fevereiro, diante de meia dúzia de turistas, um número um pouco maior CCs e algumas dezenas de pessoas que estavam na Rua Coberta. Falou bonito, é bem verdade, ao enaltecer Nova Petrópolis. Se eu não a conhecesse como a conheço, se eu fosse algum daqueles turistas que lá ouviam suas palavras, sairia convencido de que o problema de Nova Petrópolis é o alarde que se faz em cima dos buracos, as picuinhas. Aqui está a prova da minha petulância.

 

Um pneu seminovo, com três meses de uso, cortado pela incapacidade da Administração Municipal em manter conservada uma estrada que dá acesso a um dos cartões de visita de Nova Petrópolis. Na tarde de sábado passado, 23, aventurei-me transitar pela estrada no entorno ao Morro Mallakoff. Encontrei uma camioneta importada com placas de Belo Horizonte, que parou diante da local para um casal contemplar a paisagem ímpar de um monte cujo nome remete a uma batalha sangrenta entre alemães e russos na Guerra da Criméia, em 1855.

 

Nos dias de hoje, batalha é chegar e este lugar com um automóvel de passeio. Ou, então, sair com seu veículo íntegro. Não consegui chegar a RS 235. Tive que trocar o pneu perfurado por uma pedra, sob o sol escaldante, quase em frente ao Parque Pedras do Silêncio, sendo observado por turistas que chegavam e saiam deste atrativo; mas que não se aventuram, como eu e como muitos moradores destes locais abandonados pela Administração Municipal, a ir adiante e transitar pelas estradas do interior. Isso é picuinha, Sr. Vice-prefeito?