Justamente o que o vereador Claudio Gottschalk não queria acabou acontecendo, com a sua manifestação na Câmara de Vereadores repudiando a indicação da colega Kátia Zummach. Na sessão da Câmara de Vereadores de Nova Petrópolis desta semana, ocorrida na quarta-feira, 07 de março, a vereadora sugeriu a distribuição de cartazes com informações sobre os tipos de violência contra a mulher e os locais e os telefones onde se pode procurar ajuda ou denunciar o agressor. Hoje, 8 de março, desde o início do Dia Internacional de Mulher, teve grande repercussão na imprensa a postura do vereador.
Ele deu a entender que queria preservar o Município de uma repercussão negativa com a colocação de cartazes em espaços públicos – como Unidades Básicas de Saúde, prestadores de serviços de saúde, banheiros femininos públicos, além de empresas, escolas, locais de festas, bares, hotéis, restaurantes e comércio em geral – sugerida por Kátia; mas, com as expressões inadequadas usadas em um argumento generalista, acabou incorporando o estereótipo que as campanhas contra à violência feminina buscam combater, o machista.
“Uma mulher que se presta, uma mulher descente, não dá tanto problema”, disse e completou: “o problema é as chinelonas”. Ao ser rebatido pela vereadora, que argumentou que o problema da violência contra a mulher não faz distinção entre uma e outra, Gottschalk disse acreditar que em Nova Petrópolis essa problemática seja pequena ao ponto não necessitar que seja realizada este tipo de ação, que considera feia.
“Eu sou um cara bruto, criado no meio do mato. Vivo muito, saio muito, ando muito. Agora, nós temos que olhar o problema das mulheres do nosso município. O que acontece fora, não devemos estar cuidando”, tentou explicar o porquê de não concordar com a sugestão de Kátia. O problema é que estrago já estava feito. “Não sei em que mundo este vereador está andando”, concluiu uma apresentadora de um telejornal, após a veiculação da reportagem sobre a manifestação de Cláudio Gottschalk. Já a proponente da campanha disse ter ficado chocada com as palavras do colega.
A vereadora Kátia Zummach também solicitou, através de um pedido de informações apresentado na sessão desta semana, quais ações estão previstas pelo Poder Público para este ano no combate a violência contra a mulher, quais os dados sobre os atendimentos de violência contra a mulher em 2018, de que forma as mulheres vítimas são acompanhadas e por qual período. Além disso, a vereadora deseja saber se há local um local específico para o atendimento de mulheres que sofreram violência doméstica em Nova Petrópolis. Katia ainda apresentou um requerimento solicitando as presenças da secretária de Saúde e Assistência Social, Andréia Siqueira Frota, e da presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher – CONDIM, Liriane Kintschner, para discorrer sobre a violência contra a mulher em nosso município na sessão da próxima semana, dia 11. De Cláudio Gottschalk, é esperada no mínimo uma retratação, conforme vereadores ouvidos pela reportagem.