Para os servidores públicos, o dia 28 de outubro não é apenas para comemorar, mas, também, de lembrar as demandas dos funcionários da Prefeitura. A presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Nova Petrópolis (Sindserv), que existe há sete anos, Goreti Lenz, destaca que o relacionamento entre a entidade e a Administração Municipal “ainda está muito fraca”. “Na visão dos administradores, o sindicato é só para incomodar, mas não é essa a função. A função do sindicato é ajudar a administrar a Prefeitura”, analisa. Goreti está como presidente desde janeiro de 2015 e encara como uma das grandes demandas do funcionalismo o plano de carreira.
Hoje, são em torno de 150 associados ao Sindserv. Goreti avalia que o número é baixo, mas destaca que desde que assumiu a presidência a adesão quase dobrou. A maior resistência nas tentativas de filiações ao sindicato é encontrada na educação, segundo a presidente, pois os servidores deste setor têm um plano de carreira próprio. Hoje, a Prefeitura tem cerca de 665 servidores, sendo cerca de 500 concursados. “Nós, funcionários, temos um plano de carreira, que, sempre digo assim, é um quinquênio, decênio e termina aí. Não temos vantagem nenhuma. Eu estou há 18 anos na Prefeitura e o técnico que entrar hoje recebe a mesma coisa que eu. Acho injusto, porque nós não temos valorização. Aquele profissional experiente, que está há 10, 15, 20, 30 anos não tem benefício nenhum. Prometeram, em 2013, que iam implementar um plano de carreira. O sindicato se esforçou, fez o plano de carreira, entregou a eles [prefeitura], em 2014, e aí saíram falando que o sindicato pediu para engavetar. Isso é coisa que não existe. Em 2015, quando eu assumi o mandato classista, novamente, solicitei, fui conversar com o pessoal e disseram que não dava por causa da crise e, simplesmente, foi esquecido”, conta. Ela ressalta que, agora, os gestores eleitos prometeram que vão se empenhar e estudar, a partir do ano que vem, a possibilidade de definir o plano de carreira. Goreti acrescenta que um dos empecilhos para que os servidores se associem ao sindicato é justamente a falta de um plano de carreira.
Atendimento psicológico
Goreti percebeu que vários colegas precisavam de um atendimento psicológico, pois existem casos envolvendo depressão, alcoolismo, problemas emocionais. Porém, o atendimento assistencial dado pela rede pública municipal inibia muitos servidores de procurar ajuda, por medo de possível preconceito. Depois de levar duas vezes a questão para o Executivo, na semana passada, a administração comunicou o sindicato que irá fazer uma palestra mensal para os funcionários da Secretaria de Obras. “A minha preocupação é muito com o alcoolismo. Nós temos profissionais com carteira de motorista cassada por estarem dirigindo alcoolizados”, revela.
Sindicato pede modificação em leis
Outra demanda do sindicato é para que sejam modificadas as leis do vale-alimentação e do vale-transporte. “Hoje, quem está de atestado ou tem um dia de atestado é descontado o vale-alimentação. Então, se tu está em licença-saúde, nem recebe. Prometeram que a partir do ano que vem essas leis serão modificadas, inclusive a lei do vale-transporte, que precisa se adequar à lei federal”, destaca.