Há 50 anos, a Cooperativa Piá é conhecida pelo seu produto essencial, a matéria-prima de toda a sua lista de opções. Mas o leite, que chega à casa de pelo menos quatro milhões de consumidores diariamente, deixa de ser o foco principal e dá lugar ao iogurte. Essa foi uma decisão estratégica tomada pela cooperativa, que desde 2010 investiu pesado na modernização da indústria e aumento da capacidade de produção. O anúncio da mudança de posicionamento aconteceu durante convenção de vendas, realizada no final de janeiro, em Gramado, com a presença de 200 pessoas. Com visão nos próximos 50 anos, a intenção, em 2017, é acelerar os processos para que a cooperativa torne-se especialista em iogurtes e referência não só no mercado gaúcho, mas em Santa Catarina, Paraná e São Paulo também.
Estratégia de reposicionamento
Hoje, são quase 20 mil clientes, 85 municípios produzindo leite e 10 produzindo frutas. Os números dão sustentação para o novo desafio da cooperativa. Conforme o diretor de Marketing da Piá, Tiago Haugg, a vocação da Piá para produção de iogurtes vem desde o final da década de 70, início da década de 80. “Estamos propondo nos reposicionar no mercado, sendo um especialista em iogurtes. Vamos passar de empresa de leite que também tinha iogurte para uma empresa de iogurtes que também tem leite. Essa ambição de nos tornarmos referência no segmento de iogurtes no Rio Grande do Sul, no Sul do Brasil e, também, em São Paulo já está no caminho. O que vamos fazer agora é acelerar as ações de foco no negócio, a partir dessa decisão”, explica.
Tiago afirma que a Piá já é líder no Estado em iogurtes, mas com a consciência de que disputam esse mercado com marcas ainda muito fortes. “A gente pode dizer que esse é um posicionamento que o próprio mercado de consumo, os nossos clientes já esperavam da Piá. Isso não quer dizer que abandonaremos nosso produto leite, até porque é o nosso carro-chefe de vendas”, ressalta Tiago.
2017 será de crescimento
Segundo Kny, a Piá projeta, nesse ano, no mínimo, produzir o volume de leite que produziu em 2016, que foi de quase 150 milhões de litros. Ele explica que o investimento, que passa de R$ 80 milhões, na modernização e automatização da indústria, foi necessário para tornar a empresa mais capaz e competitiva. “Isso, agora, nos possibilita entrar no mercado com mais força. Estamos com a casa arrumada: o produtor produzindo leite, tecnologia colocada dentro da indústria, gestão, uma marca bem posicionada, um time de logística de entrega e distribuição bem montada. A regra é ampliar, definitivamente, muito a venda de nossos derivados”, avalia.