As mulheres acordaram nesta quarta-feira, 8 de março, com mais vontade de iniciar e cumprir sua jornada diária. É no Dia Internacional da Mulher que as causas sociais femininas são ressaltadas, mas elas devem ser lembradas o ano inteiro. No Rio Grande do Sul, uma multidão bloqueia a ponte do Guaíba, na BR-290, em Porto Alegre, reivindicando a reforma da previdência, elaborada pelo governo federal que altera, entre outros pontos, a idade mínima para a aposentadoria. A proposta da gestão Temer têm causado insatisfação nas classes trabalhadoras e, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares de Nova Petrópolis e Picada Café, Aloísio Utzig, vai afetar consideravelmente as mulheres que trabalham no campo.
Essa será uma semana decisiva, no Congresso Nacional, que analisa a proposta de reforma, conforme alerta o presidente do sindicato. A matéria está na comissão especial da Câmara dos Deputados, com votação prevista para a primeira quinzena de abril. A votação acontece em dois turnos e precisa ter o apoio de pelo menos 308 dos 513 deputados.
Hoje, o sindicato conta com cerca de 2 mil associados, sendo que metade são mulheres. Para que a proposta não tenha o aval dos parlamentares, o foco do sindicato é pressionar os prefeitos, para que eles possam articular com os deputados a reprovação da reforma como ela está. “As trabalhadoras rurais vão ter que esperar mais dez anos para se aposentar. E se a semente não for colocada na terra, não for cultivada, não vai ter alimento. Esse lado a sociedade tem que se dar conta, da importância que tem a agricultura”, destaca Aloisio.
O sindicato participou de uma manifestação em Santa Cruz do Sul. No ano passado, aconteceram duas manifestações em Caxias do Sul e uma em Porto Alegre. Agora, a manifestação será fazer pressão política. “O pessoal da nossa federação está direto em Brasília. No momento que chegar próximo a uma votação importante, com certeza, a federação irá nos chamar”, afirma o vice-presidente Ari Beutler.