Um acidente de trabalho quase custou a mão direita de Jeferson Carlos da Silva, 39 anos. Ele trabalha há quase cinco anos em uma oficina mecânica de Nova Petrópolis e foi atender a um cliente, na quarta-feira, 14 de dezembro, que estava precisando de reparo do freio do seu caminhão. Quando Jeferson foi colocar o veículo em uma rampa para consertar, o caminhão correu por cima de sua mão. O dedão direito foi totalmente amassado. Ele foi encaminhado para o Hospital Nova Petrópolis e recebeu os primeiros atendimentos, mas precisava passar por cirurgia. Só que Jeferson não poderia ser encaminhado para um ortopedista em Gramado, pelo SUS, porque o convênio que permite encaminhar pacientes de Nova para Gramado não estava em dia. A solução foi fazer de forma particular. Mas até resolver a situação, o mecânico chegou a ser comunicado que ia perder a mão, pois já tinham se passado oito horas.
O proprietário da mecânica onde Jeferson trabalha arcou com os custos da operação de reconstrução do dedo e colocação de um pino. Mas teve que negociar. O valor inicial cobrado foi de R$ 80 mil, em Gramado. Depois de mais tentativas, Elizeu José Seibt conseguiu por R$ 11 mil, em Caxias do Sul. “Quando me disseram que eu ia ter que amputar a mão, aí eu me assustei”, lembra Jeferson.
A cirurgia aconteceu ontem, quinta-feira, 15 de dezembro, e hoje, sexta, Jeferson já está em casa se recuperando do susto. Ele comenta que há risco de perder a ponta do dedo, se o sangue não circular. Na segunda-feira, ele terá uma consulta e a avaliação médica dirá se será necessário o procedimento. “Hoje em dia a saúde é mais importante do que um bem. Se não tem médico, como vai fazer? Acho que saúde tem que ser prioridade”, afirma. Jeferson relata que existem outros casos no hospital local, que também precisam de um especialista em ortopedia. “A minha sorte é que a empresa pagou, mas muitas pessoas não têm condições de pagar particular”, diz.
Contraponto da Secretaria de Saúde
Em contato com a Secretaria de Saúde, a reportagem recebeu a informação de que a secretária, Crislei Gerevini, estava, nesta tarde, justamente em Gramado, em uma reunião, tentando resolver a questão do convênio que o município de Nova Petrópolis tem firmado com a cidade vizinha.