Igreja Mundial do Poder de Deus é condenada a devolver dinheiro a novapetropolitano

De origem uruguaia, morador de Nova Petrópolis há cerca de 10 anos, no Vale Verde, e casado com uma brasileira, Samuel, de 41 anos, ganhou uma ação judicial, que moveu contra a Igreja Mundial do Poder de Deus. A decisão foi tomada em segunda instância, em Porto Alegre, depois de a Justiça da Comarca de Nova Petrópolis ter julgado a ação improcedente.

Tudo começou em 2013, quando Samuel sofria com câncer no sangue, estava fragilizado e fazendo quimioterapia. Na época, ele não frequentava nenhuma igreja e começou a assistir programas, na televisão, da Igreja Mundial do Poder de Deus, que falavam em cura. O homem, então, começou a frequentar a igreja do Centro de Nova Petrópolis e foi incentivado pelo pastor a fazer o investimento de R$ 7 mil, que, em seguida, receberia a cura imediata de sua doença.

No dia 28 de junho de 2013, o homem depositou o valor na conta da igreja. Ele reuniu suas economias e o recebimento de um seguro de doença. Depois, o enfermo também abandonou a quimioterapia, que estava fazendo, na cidade de Caxias do Sul. Passado algum tempo, a doença piorou e o médico procurou a família para saber o motivo de o homem ter abandonado o tratamento, pois a doença tinha piorado. Samuel, então, contou à esposa e aos amigos mais próximos que tinha depositado o valor na conta da igreja, com a promessa de receber a cura. Só nesse momento percebeu que havia sido ludibriado.

Assim, a vítima procurou o escritório Narciso Advogados e Associados para entrar com uma ação contra a igreja, pedindo ressarcimento. Depois de a Justiça de Nova Petrópolis ter julgado a ação improcedente, em 11 de dezembro de 2015, o escritório entrou com recurso no Tribunal de Justiça (TJ-RS), em Porto Alegre. O processo foi julgado em setembro de 2016, dando ganho de causa para o homem e obrigando a Igreja Mundial do Poder de Deus a devolver os R$ 7 mil atualizados desde a data do depósito. Hoje, o valor está em torno de R$ 12 mil.

Segundo informações do escritório Narciso Advogados e Associados, prestadas ao Jornal Nossa Terra, acredita-se que tudo aconteceu devido à fragilidade do homem, pois ele estava muito doente, com depressão e cansado do tratamento e da atual situação em que se encontrava. Por isso, ele tomou uma medida que achou que teria efeito e fez o depósito para a igreja, acreditando na cura.

A Igreja Mundial do Poder de Deus ainda tem prazo de 15, após o recurso ter sido julgado em Porto Alegre, para recorrer em Brasília. O homem, atualmente, está morando em Santa Catarina, pois há cerca de um ano recebeu uma proposta de emprego no estado.