EGR tenta instalar estrutura de proteção na RS-235, impede acesso a estabelecimentos e prefeito pede para suspender

Foto: Lauren Krause | Trabalhadores ficaram revoltados com a execução da obra e perderam quase um dia de trabalho

Uma confusão impediu cinco estabelecimentos de atenderem os seus clientes nesta segunda-feira, 27 de março. Por volta de 10h, funcionários da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) começaram a instalação de um guard rail, uma espécie de proteção, há poucos metros da entrada do bairro Vale Verde, na RS-235. A medida foi motivada pela morte do menino Lucas Castro Marin, em 6 de janeiro deste ano, para dar mais segurança ao trecho. Só que a obra impedia o acesso a uma borracharia e transportadora, uma lavagem, empresa de máquinas agrícolas e outra de móveis. Após pressão dos trabalhadores afetados, à tarde, chegaram o prefeito, Regis Luiz Hahn, e o seu vice, Charles Paetzinger, que resolveram o impasse.

De um lado, funcionários que estavam obedecendo a ordens de executar medida de proteção ao trecho. De outro lado, trabalhadores, que estavam perdendo um dia de serviços, com prejuízo confirmado. Eles reclamavam que a instalação do guarderreio foi um pedido do vereador João Paulo Viana ao deputado estadual Elton Weber, ambos do PSB. Elton teria intermediado o pedido e falado com o presidente da EGR Nelson Lídio Nunes. Só que os trabalhadores alegam que não houve a previsibilidade das consequências aos estabelecimentos que ficariam atrás desta proteção, tendo o acesso impedido diretamente.

Conforme a assessoria de Imprensa do deputado Elton Weber, ele nunca fez tal solicitação à EGR, apenas acompanhou o vereador Ceará numa audiência na empresa em Porto Alegre, na qual foi solicitada uma melhor sinalização para redução de velocidade dos veículos no acesso ao bairro. “A decisão técnica é dos engenheiros da EGR. O deputado acrescenta que irá pressionar para que a empresa converse com a comunidade antes de qualquer decisão relativa à segurança no local”, destaca a nota.

Foto: Lauren Krause | Após alguns contatos, serviço foi suspenso e Prefeitura retirou a estrutura que já estava presa ao chão

Lelo entrou em contato com o deputado e pediu para que ele ligasse para Nelson e suspendesse o serviço da EGR, pois era um equívoco. Enquanto os funcionários da EGR aguardavam as tratativas, três motoristas, com seus caminhões, também esperavam, do outro lado da estrada, para serem atendidos nos estabelecimentos que estavam sem acesso. Um dos motoristas já tinha desistido de esperar. O retorno do presidente da EGR foi de suspensão imediata do serviço. Ele disse que será estudada outra forma de gerar proteção ao local.  Só que a Prefeitura teve que arcar com o prejuízo de retirar parte da estrutura, que estava parcialmente enterrada, com maquinário próprio. O “problemão” vai ficar pendente nas anotações do prefeito, que lembrou, durante a ligação com o presidente da EGR, de que essa vai ficar como dívida.

Os vereadores Rafael Lüdke (PP) e Cláudio Gottschalk (PDT) estiveram acompanhando as tratativas. O vereador Ceará não foi localizado, até agora, para comentar o fato.