O peemedebista Daniel Michaelsen chega, em 2017, ao seu quinto mandato legislativo. Ele diminuiu sua votação, em relação à eleição anterior, mas, mesmo assim, ficou em sexto lugar entre os 65 candidatos, com 426 votos. “A reeleição é sempre mais difícil. Tem que mostrar o que fez, no que atuou, intermediou. E os novos vêm com o discurso da renovação, uma onda muito forte no país, em função do que estava acontecendo em Brasília”, analisa. Sua experiência, junto aos também reeleitos Jerônimo Stahl Pinto (PDT), Oraci de Freitas (PP) e Carlos Antônio Simon (PSDB) e Darlei Wolf (PSDB), que retorna, fará parte da mescla com os que chegam pela primeira vez. Daniel não aceita ser posto no lugar de oposicionista, mas, sim, em uma linha de coerência, com posição.
O vereador eleito fala da parceria com a administração municipal e ressalta que a principal pauta tem que ser o município de Nova Petrópolis, deixando de lado as bandeiras partidárias. “Eu vou continuar sendo um vereador de posição. Acho que a gente tem que agir sempre conforme a nossa consciência. Se o projeto for bom, votar a favor. Se for ruim, votar contra e justificar. O que não pode é simplesmente aceitar tudo o que querem, que seja aprovado sem analisar o projeto. Se eu estou no meu quinto mandato é porque sempre tive posição e sempre fiz um trabalho comunitário”, argumenta.
Com duas cadeiras no Legislativo até o final deste ano, o PMDB terá apenas uma no próximo mandato. O enfraquecimento está sendo avaliado internamente, conforme conta Daniel. “Todos os partidos vão ter que fazer uma avaliação desse pleito. Lógico que vamos ter que reestruturar o partido. Eu gostaria que os deputados do nosso partido ajudassem mais. E é uma batalha interna que nós estamos tendo com os nossos deputados federais. Se fizer um relatório, os deputados que mais ajudam são os do PP”, observa.
Em quatro mandatos, Daniel nunca foi a Brasília, mas garante que isso não impede de intermediar ações junto aos deputados federais. “Eu pretendo continuar com meu trabalho comunitário. O deputado federal Renato Molling (PP) confirmou uma emenda de R$ 407 mil para começar a construir o posto de saúde na Linha Imperial. Esse dinheiro vai vir aos poucos, mas a verba está confirmada”, informa.
Fora do governo
O PMDB deixou o governo, quebrando a aliança firmada na eleição passada. Apostando ser a terceira via, o partido apresentou Naira Seibt e Inei Koch para a disputa à Prefeitura. Definido o pleito, o PMDB, na Câmara de Vereadores, declara-se neutro, nem oposição, nem situação. Segundo Daniel, o seu partido não foi convidado para participar da próxima administração, mas nada é definitivo. “Pode ser que amanhã ou depois se aproximem. Isso só o tempo vai dizer. Hoje, a coligação é PP e PDT. Acho que a gente não deve jogar pedra. Temos que ter aquela linha de coerência. Não podemos ir contra a nossa cidade”, comenta.
A votação na majoritária foi apertada e, na opinião de Daniel, votos que seriam da chapa Naira e Inei migraram para a proposta de Lelo e Charles. “Muitos dos filiados do PMDB votaram no Lelo, porque não queriam a volta do Lui. Quando o Lelo largou a pesquisa, ele com 40% e o Lui com 39%, muitas pessoas viram que o Lelo tinha chance de ganhar as eleições”, analisa. Apesar de poder ser um dos que optou por Regis Luiz Hahn, ele afirma, mesmo o voto sendo secreto, que sua escolha foi Naira.
O que sugere para os próximos quatro anos
Durante a campanha eleitoral, Daniel conta que observou duas principais demandas da população: Secretaria de Obras e Saúde. “Principalmente, o atendimento nos postos. Eu até ia sugerir para o prefeito de ter uma ouvidoria [que estava no plano de governo do PMDB]. Cada pessoa que for na Prefeitura encaminhar um pedido, fazer cópias em quatro vias, uma que fica com o cidadão, uma na ouvidoria, uma na secretaria competente e uma para o prefeito. Aí, passados os dez dias, o prefeito pega o telefone e liga para as pessoas, perguntando como que ela foi atendida. Outra coisa que acho de fundamental importância é fazer visitas nos postos de saúde, nas escolas de educação infantil, nas escolas municipais, não no sentido de ver como que o funcionário público está trabalhando, mas de conversar com as pessoas que vão pedir atendimento. É estar mais presente”, considera. Daniel acredita que os políticos não devem ter medo de críticas e espera que o vice eleito, Charles Paetzinger, realmente cumpra com a função de coordenar a Secretaria de Obras, com acompanhamento das demandas.