Ana Cardoso de “A mamãe é rock” bate papo na Feira do Livro

Foto: Lauren Krause | Ana sugeriu o nome do livro, mas a editoria queria "A mamãe é pop"

Ana Cardoso escreveu uns dez textos para participar da segunda edição do livro do marido Marcos Piangers, “O papai é pop”. Mas a editora gostou tanto das histórias, que pediu para a jornalista e socióloga escrever um livro inteiro. A autora de “A mamãe é rock” esteve na 21ª Feira do Livro de Nova Petrópolis para lançar a sua obra e bateu um papo com o público, no final da tarde de sábado, 27 de agosto, no palco da Rua Coberta.

O livro segue a mesma temática do de Piangers, que fala sobre as duas filhas, só que do lado inverso: a maternidade e todos os seus sentimentos loucos. “Eu tenho uma visão bem crítica da sociedade. Sou feminista e os meus textos são diferentes dos dele [Piangers]. Ele é conhecido e eu não. E aí eu quis que fosse a mamãe é rock”, explicou Ana.

Ela contou que na pré-venda da Editora Saraiva “A mamãe é rock” já era o segundo livro mais vendido. “Hoje ele está entre os dez mais vendidos do Brasil. Eu brinco que é baixa literatura, porque é uma linguagem bem simples. Eu falo sobre assuntos, como depressão pós-parto, que não se fala tanto. Mas a essência é sobre assuntos do dia a dia, como piolho, não saber o que fazer, ficar com vergonha de contar pra alguém; mas descobrir que todo mundo já teve piolho”, contou.

Em uma das intervenções do público, a pergunta foi se o livro também seria útil para quem tem filhos meninos. Ana respondeu que, apesar de ter duas filhas, as histórias foram escritas sem especificar o sexo da criança. A autora disse que é feminista e outra pergunta da plateia foi sobre a definição do feminismo e como criar os filhos com essa visão. “O feminismo diz que as mulheres têm os mesmos direitos que os homens, que não devem receber menos pelo mesmo serviço, luta para acabar com esse tipo de violência. Eu, de classe média alta, branca não via preconceito, mas, quando me tornei uma mãe, isso aflorou”, comentou.

Com o sucesso de “O papai é pop” e, agora, “A mamãe é rock”, a vida em casa mudou. Ana contou que não tem parentes em Porto Alegre, onde mora com a família, não tem empregada e nem babá. Isso torna a vida dela e de Piangers muito mais corrida, inclusive Ana leva as filhas para o trabalho, quando elas não estão na escola, para entrevistas e outros compromissos. Ela disse que prefere levá-las e depois correr atrás do prejuízo. A preocupação dos pais, agora, é com a mais velha, Anita, para não repetir o ano na escola por faltas, já que viaja muito acompanhando Ana e Piangers. “O Marcos se tornou muito requisitado. Ele ficou um mês viajando, depois do lançamento do primeiro livro. E aí eu pensei: mas esse papai pop é uma farsa, porque quem estava cuidando das crianças era eu”, brincou a jornalista. Ela considera que a vida deles mudou muito, mas não acredita que isso afastou as crianças.

Depois do bate-papo, Ana distribuiu autógrafos, na Feira do Livro. “A mamãe é rock” está disponível nas bancas da feira, que encerra amanhã, domingo, 28 de agosto.