Da série de entrevistas com os vereadores eleitos, feitas pelo jornalista Sóstenes da Silva, em seu programa Prato Predileto da rádio Inova FM, esta é a última, com o vereador Carlos Antônio Simon (PSDB). Calit, como é conhecido, cumprirá o seu terceiro mandato no Legislativo. Ele alcançou sua maior votação, reelegendo-se com 351 votos. Na primeira, ele fez 339 e, na segunda, 251. O tucano afirma que ajudar a buscar uma forma de terminar o bloco cirúrgico do Hospital Nova Petrópolis (HNP) será prioridade em seu próximo mandato.
Calit foi sub-prefeito do Pinhal Alto por três anos e meio, trabalhou como motorista de caminhão, nos anos 80, e, depois, dirigiu ônibus por 20 anos. Nesse tempo, ele conta que enfrentou estradas precárias, quando precisava trancar o caminhão com correntes, pois não tinha saibro e a terra não firmava. Hoje, ele considera que as principais vias do interior não estão ruins, mas seria necessária mais atenção na maneira de fazer a manutenção das estradas e aos acessos. “O Charles [Paetzinger, vice-prefeito eleito] ele tem conhecimento nas estradas, e eu confio nele. Acho que ele vai dar uma ajeitada. Eles deixaram a desejar um pouco, não largaram mais saibro em cima”, afirma.
O vereador reeleito lembra que antes de começar a trabalhar em Porto Alegre, há cerca de um ano e meio, visitava propriedades do interior com sua esposa. Através do contato próximo com os produtores de gado leiteiro, de galinhas, porcos ele percebeu a dificuldade dos acessos aos locais. “As estradas têm que estar boas para o ônibus conseguir passar, porque, no último ano, tiveram uns problemas que os ônibus não conseguiam chegar nas casas para pegar as crianças. Às vezes, a gente entra com pedido de providência, é aprovado, mas não atendido”, relata.
Contra dois projetos
Neste ano, Calit foi contra dois projetos do Executivo. Um foi da concessão do Parque Aldeia do Imigrante e o outro para autorizar a construção de casas com container. “Porque se já tinha uma lei que proibia, eu não gosto de trocar as leis para lá e para cá”, opina referente a construção com containers. “Nos oito anos do Schenkel tava dando lucro, tava pagando funcionário e tava sobrando dinheiro. Nós estávamos cobrando R$ 7 e eles baixaram para R$ 5. Agora, no último ano, deu R$ 200 mil de prejuízo. Ao invés de eles baixaram tinham que aumentar para R$ 10. O turista quer gastar dinheiro e quer olhar coisas. Se vai ser terceirizado, não vão pensar que vão pagar R$ 7, vão pagar de R$ 25 para cima”, analisa o vereador sobre a concessão do parque.
Saúde de qualidade e contraturno
O tucano afirma que uma de suas prioridades no próximo mandato será ajudar a terminar o bloco cirúrgico do hospital. Mas ele também quer dar atenção é para o contraturno nas escolas municipais. “A primeira coisa que nós temos que trazer de volta é o turno contrário das crianças, porque nós temos gente no Pinhal que tinha que trocar o turno de serviço para ficar com a criança em casa”, comenta. Sobre o hospital, ele considera que “não adianta falar que estão repassando R$ 170 mil por mês” se o bloco cirúrgico ainda não está pronto. “Nos últimos quatro anos, não foi posto um tijolo lá, uma pá de reboco, isso é uma vergonha. Estou pretendendo pedir uma emenda para um deputado, se não vier esse dinheiro do governo, que foi votado [através da Consulta Popular], para o hospital. Aí a gente não precisa levar o nosso pessoal para Gramado, Canoas”, observa.