Hospital apresenta contas ao Legislativo e informa falta de repasse do Estado de R$ 360 mil

Na sessão legislativa de ontem, quinta-feira, dia 28 de abril, os vereadores abriram espaço para apresentação da prestação de contas do Hospital Nova Petrópolis (HNP), referente ao ano de 2015. O administrador Carlos Alberto Ribeiro falou sobre as despesas e receitas e alertou sobre a falta de repasses do Governo do Estado, que é de quase R$ 360 mil. Ele ressaltou que a instituição de saúde só não fechou as portas porque são três os municípios que contribuem financeiramente. Hoje, a Prefeitura de Nova Petrópolis repassa R$ 173 mil mensalmente.

Por mês, em 2015, a receita média foi de R$ 591.758,93 e a despesa de R$ 576.647,64. As sobras (líquido de cerca de R$ 12,3 mil), segundo Ribeiro, foram aplicadas em pequenas manutenções, como pintura e serviços gerais. O hospital trabalha hoje com média de 2,3 funcionários por leito, o que não é o número ideal, já que a Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta que sejam de 4 a 5 por leito. São 92 funcionários atuando na instituição de saúde e o administrador afirma que não há condições de aumentar o quadro para adequar ao que preconiza a OMS. “Isso não sobrecarrega o serviço. Não tem condições de agregar”, avalia.

O administrador do HNP, Carlos Alberto Ribeiro, falou sobre as despesas e receitas e alertou sobre a falta de repasses do Governo do Estado. Foto: Lauren Krause.

O administrador do HNP, Carlos Alberto Ribeiro, falou sobre as despesas e receitas e alertou sobre a falta de repasses do Governo do Estado. Foto: Lauren Krause.

DÍVIDA – O HNP não tem dívidas, de acordo com o que informou o administrador, mas existe uma preocupação com o futuro, já que o Governo do Estado não sinaliza uma estabilidade financeira para cumprir com os repasses aos hospitais em dia. No ano passado, o Governo Sartori chegou a ficar devendo cerca de R$ 380 mil. Foi feito um financiamento, assinado pelos administradores do hospital, mas que o Estado se comprometeu a pagar. A parcela é de cerca de R$ 115 mil por mês. “Se o Estado não pagar, quem vai pagar é o hospital”, manifestou o administrador, já preocupado com descumprimento do acordo.

Nesse ano, o saldo devedor do Estado já está em quase R$ 360 mil. Conforme a coordenadora do Serviço de Alta e Média Complexidade da Secretaria de Saúde e Assistência Social, Nivea Kasper, a orientação jurídica para receber os valores é entrar com liminar na Justiça. “É assim que os demais hospitais estão conseguindo fazer com que o governo pague os valores devidos”, afirmou. Se o repasse continuar não vindo, até o final do ano, o saldo poderá chegar a R$ 1 milhão, segundo projeta o administrador.

Ribeiro considera que o hospital só não fechou porque são três cidades que abastecem a instituição: Nova Petrópolis, Picada Café e Linha Nova. Só a Prefeitura local repassa R$ 173 mil por mês – do convênio para urgência e emergência são R$ 100 mil; para o custeio de um médico (que fica das 17h às 21h), são R$ 13 mil; para a contratualização de serviços (endoscopia, procedimentos ambulatoriais, ecografias, etc) são R$ 60 mil. Em Picada Café, o convênio é de R$ 25 mil e em Linha Nova são repassados R$ 10 mil. “Se não fossem os três municípios, o hospital já teria fechado”, constata o administrador.