Impeachment: o que pensam lideranças de Nova Petrópolis

O Brasil vive um momento de muita tensão e de nítida divisão entre aqueles contra e a favor do impeachment da presidente Dilma. A seguir, confira o que pensam algumas lideranças de Nova Petrópolis.

DSC_0636Regis Luiz Hahn, prefeito de Nova Petrópolis: defende que não são siglas que lesam o erário público e sim pessoas. Por isso, se sente tranquilo dentro do PP e de estar ao lado de seu vice Gregor, do PT – partidos bastante expostos atualmente. “Eu sei que ele é uma pessoa idônea e não compactua nem um pouquinho com o que está acontecendo em nível federal”, diz, sobre seu vice. Sobre o impeachment, diz que Dilma deve pagar por seus erros se houver provas. Contudo, reconhece que isso irá travar o país. “É um processo que vai retardar as coisas. Vai travar, a gente sabe que vai travar”. Lembra aos nova-petropolitanos que é a votação é a hora derradeira. E em relação a Maluf, também do PP, integrar a comissão do impeachment, ele diz que pode ser o momento de ele “se redimir, se ele for justo, e quem sabe um dia pagar pelos erros dele também”.

DSC_0541Gregor Hermann, vice-prefeito de Nova Petrópolis: filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT) consegue ver também o lado bom desse momento: a possibilidade de o povo poder ir às ruas protestar contra um governo vigente. Ele destaca, porém, que manter as investigações e o processo de impeachment dentro da legalidade é fundamental para a democracia. “Mas que tudo fique dentro da legalidade. A gente vê a operação em si sendo colocada em risco quando flerta com a ilegalidade”. Por isso, ele critica que a imprensa associe a corrupção apenas ao PT. “Daqui a pouco sai do PT do governo e acaba a Lava Jato. E os outros?”. Por outro lado, ele diz não se sentir mais representado pelo PT que está se mostrando, apesar de acreditar que a sigla oferece condições de mudar. Lembra que dentro do próprio partido há correntes e que vence a maioria. Também avalia como insustentável a situação do governo, mas lembra que o mesmo vigora até 2018.

destaque-np claudioacinp jw claudioCláudio Michaelsen, presidente da Acinp: diz que a diretoria irá se reunir na próxima semana para definir o posicionamento da entidade. Na semana passada, a Câmara de Indústria e Comércio (CIC) de Caxias do Sul e vários sindicatos divulgaram nota demonstrando “apoio incondicional ao processo de impeachment”.

Marco Antônio Soares Garcia, tenente da Brigada Militar: Comissária de Polícia Vera Spengler Rijo e Tenente Marco Antônio Soares Garciaacredita que não adianta mudar apenas uma pessoa se quem vai assumir  tiver a mesma índole, por isso é contra o impeachment. Defende que a política seja renovada, com nomes novos. “Tem que mudar o sistema”. Nesse contexto, a Brigada fica mais alerta em dias de protestos, já que há o risco de alguns extremistas. Em Nova Petrópolis, a BM se reúne com os organizadores antes do ato e tem conseguido manter o controle.

PRF-Eduardo-FornariEduardo Fornari, chefe do posto da Polícia Rodoviária Federal de NP: A grande preocupação da PRF, segundo Fornari, é a instabilidade. De acordo com ele, o momento é complicado para os órgãos federais, que além do desgaste inerente a uma repartição pública, precisam lidar com o desgaste interno. No caso da PRF, todos os cargos de chefia são cargos de confiança. A troca no Ministério da Justiça acaba gerando incertezas, já que uma troca de diretoria em Brasília pode gerar efeito cascata e chegar até Nova Petrópolis, por exemplo. Fornari ainda lembra que há quatros a categoria não recebe aumento de salário. “É o pior cenário possível, há uma tensão interna”.