Onde vamos chegar? Essa foi uma das perguntas feita por internauta, em uma das notícias policiais, compartilhada na página do Facebook do Jornal Nossa Terra, nesta semana. O título da matéria era “Homem tenta matar vizinho com machado e motosserra”. Casos desse tipo estão assustando os moradores locais, que há pouco tempo tinham Nova Petrópolis como uma cidade ordeira, tranquila e segura. O ano de 2016 terminou com mortes no trânsito e 2017 começou com morte no trânsito. A insegurança não acontece somente na falta de um sistema de alarmes, câmeras, mais policiamento, mas, também, nas estradas, onde falta sinalização e prudência. E o ano seguiu com série de arrombamentos e furtos, perseguição policial, prisão de traficantes, assaltos a comerciantes, tentativa de homicídio, tentativa de furto a caixa eletrônico.
Qual a origem de tantos crimes?
O Estado está sucateado, não consegue auxiliar os municípios, principalmente os de pequeno porte; o desemprego e a desocupação também estimulam jovens, principalmente, a procurarem opções mais “fáceis” para conseguir dinheiro. Mas, acima de tudo, a educação, de forma geral, está em descrédito no país; os pais não têm tempo de educar seus filhos. Tudo isso contribui para um sistema falho, que gera criminosos. Esse contexto, apesar de antigo, tem saturado as grandes cidades e quem vive do crime procura municípios mais pacatos, com menos policiamento para atacar. É o que o tenente Marco Antônio Garcia, da Brigada Militar, explica. Para ele, o crescimento dos índices de criminalidade em Nova Petrópolis se deve ao aumento de operações e policiamento nas grandes cidades e a defasagem nos órgãos de segurança do Estado. “A população deve ficar atenta, pois como o estado não está ajudando com policiais e materiais para o trabalho dos órgãos de segurança, vai ficar cada vez mais difícil e complicado lutar contra o crime. A ajuda da comunidade é fundamental”, ressalta.
Para o presidente do Legislativo, Rodrigo Santos, por ser uma cidade de interior e com carência de uma melhor estrutura de trabalho para a Brigada Militar, a criminalidade vê aqui uma “oportunidade” de se desenvolver. Resumindo, Nova Petrópolis está vulnerável. O vereador revela que tem conversado com o deputado estadual Elton Weber e está trabalhando a vinda de um policial para Nova Petrópolis. “Mas está bem difícil, com a Operação Avante, na região Metropolitana, pois, na verdade, até tirou um efetivo nosso”, lamenta Rodrigo. Ele conta que está articulando, também, para se conseguir um veículo na próxima entrega de viaturas para os municípios pelo Governo do Estado.
No final das contas, com pouco policiamento e o ingresso fácil de criminosos “estrangeiros” na cidade, o que resta é unir forças. A solução vem pela comunidade que denuncia, fiscaliza, fica de olho, pelos policiais que intensificam suas ações do jeito que dá, pelas autoridades que buscam alternativas viáveis.