O ano em que a instituição de saúde de Nova Petrópolis vai completar 61 anos começa com troca na diretoria. Em setembro de 2016, o administrador de empresas Ronei Lima dos Santos era apresentado como o novo diretor, com a proposta de fazer um diagnóstico organizacional e, em quatro meses, ter resultados sobre o futuro do hospital. Agora, a empresária Naira Sauter Seibt é anunciada como diretora. A nova diretora afirma que já está trabalhando para captar recursos atrasados do Estado e recorrendo a deputados, que possam auxiliar…
“A nossa preocupação é que o hospital continue funcionando na sua plenitude, mas queremos trabalhar um pouco mais com gestão de organizar a parte gerencial, como uma empresa”, objetiva Naira. Entre o convite para assumir o hospital e começar a trabalhar, fez uma semana ontem, quarta-feira (11), que Naira aceitou se envolver diretamente com a casa de saúde. Ela assumiu na segunda-feira (9). Uma das formas de conseguir mais recurso, conforme a gestora avalia, é de ter repasse do Imposto de Renda revertido para o hospital. “Quem paga Imposto de Renda pode ajudar todo o final de ano repassando uma porcentagem para o hospital. Só que isso não vem acontecendo e nós temos que trabalhar junto com os escritórios de contabilidade para que isso venha a acontecer. Acredito que tenha que ter dentro do hospital uma pessoa responsável que vá atrás e não deixar para as pessoas lembrarem”, projeta. Ela acredita que ainda vai levar cerca de 15 dias para estar por dentro de todos os assuntos que envolvem o HNP.
A gestora destaca que o diferencial da sua gestão é o seu vínculo com a cidade. Os administradores anteriores firmaram contratos empresariais, com prazo para terminar. “Eu adoro morar aqui. O hospital salvou a vida do meu pai em um momento muito difícil, de uma hemorragia. Acredito que só damos valor ao nosso hospital quando ele salva a vida de alguém que é da tua família. A gente critica muito o nosso hospital, mas quando estamos fora a coisa é muito pior, onde vemos cidades que os hospitais são depósitos de pessoas”, conta.
Naira pontua que é preciso trabalhar forte o setor de Recursos Humanos, porque são as pessoas que fazem a diferença, sempre obedecendo ao planejamento estratégico em todas as áreas. “A nossa comunidade não conhece bem o hospital. Eu vejo muita vontade de fazer a coisa acontecer. Mas acontecem coisas na falha do atendimento, na recepção, às vezes, na parte dos médicos, mas eu não tenho como avaliar ainda o porquê está acontecendo. Temos que criar uma força-tarefa e envolver todos os setores. Não é o trabalho do diretor administrativo. É o trabalho do hospital. Cada setor vai ter que ter um representante”, pondera.
Situação financeira
A nova diretora afirma que já está trabalhando para captar recursos atrasados do Estado e recorrendo a deputados, que possam auxiliar. Ela informa que faltam recursos para pagar os médicos, que são oriundos do Governo do Estado. Ainda existem verbas atrasadas de março, abril, maio e junho de 2016. A partir de então, até outubro, o Estado pagava o mês em curso e 50% de um dos meses atrasados.
Para pagar a folha dos funcionários, no final do ano passado, o hospital recorreu a um empréstimo, além de contar com a parceria da Prefeitura, que, em 2016, adiantou o repasse do convênio.
Para ter o novo bloco cirúrgico funcionando será necessário mais médicos qualificados e comprometidos com o hospital, alerta Naira. Mas como fazer isso se hoje, com o quadro atual, já existe dificuldade em pagar esses profissionais? “Por isso estamos trabalhando para, junto com o Estado, conseguir os recursos que temos direito”, ressalta.